terça-feira, 25 de setembro de 2007

O Voo (pelo Pai)



O longo poema que se segue foi escrito pelo meu Pai. Foi-me entregue dividido em dois, para duas fazes da minha vida: os meus 21 anos, e o dia da benção de Finalistas. Quero partilhá-lo com todos porque estas palavras significam muito para mim!


O Voo - Parte I


Ainda é Primavera...
Uma ave, à beira do ninho,
ensaia o voo batendo as asas desajeitadamente.
Com medo da queda cai para dentro e tenta de novo.
Já muito depois, salta do ninho e consegue voar
sem se afastar muito dali.

Agiu como tu no primeiro voo,
voando baixinho sem avarias e acrobacias.
Depois de aprender, também como tu,
vai ter de arriscar no voo da vida.

Assim como a ela, também para ti, discretamente...
nem longe, nem perto, estará vigiando um passarão,
p'ra garantir que nesse teu voo de risco de vida,
possas sempre levantar e pousar em segurança.


O voo - Parte II

É primavera outra vez...
E no tempo que passou
Já aprendeste a voar
Livre e determinada,
Como veloz andorinha
No céu azul luminoso,
Ou simplesmente segura
Como mística coruja
Que voa na noite escura.

E aprendeste a planar
Como uma águia-real
No firmamento do mundo,
Que calma e silenciosa
Vibra as penas reluzentes
Como as fitas coloridas
Na tua pasta pendentes.

Vais agora mergulhar
Num voo muito picado...
É um salto para a vida
Feito de olhos abertos
Neste voo sem regresso
Onde tu vais encontrar
Uma vida de sucesso.

Como noutra primavera,
Vai outra vez arriscar
Nos voos da profissão,
Mas o velho passarão
Continua vigiando
P'ra garantir que nos voos
De risco da tua vida,
Possas sempre levantar
E pousar em segurança!

Obrigada Pai!

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